quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Quebra de sigilo bancário

Em 12 de novembro último, encaminhei correspondência, ao BACEN, para reiterar a imprescindibilidade de o Banco Itaú enviar-me as provas de que o cartão foi, efetivamente, movimentado por mim, ao mesmo tempo em que fiz uma comparação entre a forma como era conduzida a apuração de irregularidades no Banco do Brasil, onde eu trabalhei por mais de 28 anos, com a situação que ora vivencio, cuja obscuridade é evidente. Eis a íntegra do documento a que no início me referí:




Bambuí (MG), 12 de novembro de 2011

Ao
BANCO CENTRAL DO BRASIL
Brasília – DISTRITO FEDERAL

Sr. Presidente,

QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO  - Refiro-me ao meu expediente de 24 de outubro último para dizer-lhe que até  o presente instante, em nossas conversações, um tanto quanto espinhosas, considerando as características que as envolvem, nunca tinha tido a menor preocupação de me identificar como uma pessoa que teve uma história muito rica, pautada por uma tradição, de que fui partícipe, que marcou sobremaneira a vida nacional exemplarmente.
                                      Embora reconheça, antecipadamente, que isso em nada contribuirá para a solução do conflito, em que me vejo envolvido, não posso deixar de destacar  que tive a grande honra de pertencer ao corpo funcional do BANCO DO BRASIL, por mais de 28 anos, como forma de traçar  um paralelo entre duas situações completamente díspares, no que concerne à moralidade das coisas.
                                      Pois, foi lá, nessa verdadeira escola de civismo, que eu não só aprendi como compreendi o verdadeiro sentido e a grande importância de se levar a termo a apuração de irregularidades: “custe o que custar: aconteça o que acontecer, venha o que vier”, assegurado ao acusado ou acusados o amplo direito de defesa e o devido processo legal.
                                      Lembro-me muito bem que a simples chegada de um Inspetor na agência, em visita de rotina, era causa de alvoroço e apreensão, tamanha era a severidade que se conferia a essas inspeções, não porque houvesse algo grave a ser investigado, mas sim porque em todos era predominante o espírito do dever cumprido, movido por rígidas normas disciplinares, que não se admitia receber qualquer repreensão, por mais insignificante que fosse.
                                      E foi nessa rígida Universidade, que o Governo de antanho foi tirar, dos seus melhores quadros, os funcionários para formar o embrião do que vem a ser hoje o BANCO CENTRAL DO BRASIL.
                           Seria até enfadonho relacionar todas as pessoas ilustres que serviram à nossa Instituição, tantas as foram. Considero-me um insignificante diante de tantos prodígios, que por lá passaram. Vou mencionar apenas quatro, que dão uma dimensão exata do que afirmei; O ex-Ministro, João Paulo dos Reis Veloso, respeitado Economista, os consagrados Jornalistas, Eliakim Araújo e Alexandre Garcia e o renomado esportista, Rogério Ceni, exemplo de vida e de caráter para a sua classe, o qual chegou a afirmar que era muito  grato ao Banco do Brasil pela formação de sua personalidade.
                                      Atualmente, contrastando com tudo que foi por mim aqui colocado, estamos vendo Instituições Financeiras de porte se digladiando entre si para exibir, para o público em geral, qual seria a melhor em tudo ou em alguma coisa ou outra, considerando que  a imagem vendida não condiz com o conteúdo do seu envoltório, “vis-à-vis” o que vem acontecendo comigo, quando me é, peremptoriamente, negada a apresentação de provas, que demonstrem, iniludivelmente, que eu de fato fiz uso do cartão de crédito, que se encontra, ainda, a meu juízo incontroverso, sob forte suspeição.
                                      Por outro lado, se o Banco Itaú está tão seguro assim de que não houve fraude na movimentação do meu cartão de crédito, conforme afirma em seu expediente de 11 de agosto último, que foi a mim endereçado, cujo parágrafo eu reproduzo na íntegra: “Cumpre-nos esclarecer que em ocorrência tratada anteriormente, em 04.07.2007, e foi identificado que não houve fraude no cartão de crédito pois o cartão tem mais de 02 anos de utilização e pagamentos” (sic); destarte, por qual razão, então, se nega em submeter ao nosso crivo as evidências, que diz estar de posse, as quais comprovam, inelutavelmente, a inexistência de fraudes relativamente à sua utilização?...    
c/cópia p/a Presidenta da República



                                      Cordiais Saudações,


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                                      Marcos Maurílio de Oliveira
                                      e-mail; marmauoli@gmail.com